A recente pandemia de covid-19 enfatizou o potencial letal das infecções respiratórias, salientando a importância dos cuidados preventivos e profiláticos dessas doenças, que já vinham sendo naturalizadas pela população em função de avanços na tecnologia médica. Tanto a covid-19, como a gripe Influenza A e B, e o Vírus Sincicial Respiratório, SRV, são infecções respiratórias virais, ou seja, afetam vias aéreas como narinas, garganta, ossos pneumáticos da face, brônquios e pulmões. E assim, compartilham de alguns sintomas iniciais, como febre, tosse, espirros, coriza, constipação nasal, dor de cabeça e mal-estar generalizado.
Além disso, as formas de transmissão da covid-19, da gripe Influenza e Vírus Sincicial também são similares. Ela ocorre através da tosse, espirro, da fala e da respiração de pessoas contaminadas, situações em que são projetadas gotículas de saliva ou secreção, que se depositam ou se disseminam por aerossóis, atingindo e sendo absorvidas pelas pessoas ao redor. É por essa razão que os cuidados preventivos incluem higiene frequente das mãos, uso de máscara, evitar aglomerações e locais fechados durante os períodos de maior disseminação (por exemplo, no inverno), além, é claro, de um cronograma vacinal atualizado. Em síntese, as mesmas medidas de segurança popularizadas durante a pandemia do covid-19 previnem outros tipos de infecções respiratórias. No entanto, as semelhanças entre as doenças deixam de existir quando se contempla sua evolução no organismo, os grupos de risco envolvidos e seus possíveis desdobramentos e sequelas.
Cada uma dessas patologias é provocada por um agente diferente e pode evoluir para diferentes graus de complicações, agravadas conforme os pacientes pertençam ou não a determinados grupos de risco. Além disso, vale lembrar que doenças virais não são suscetíveis ao uso de antibióticos, e por isso, o tratamento paliativo deve se antecipar às reações inflamatórias e suas sequelas.
Diagnóstico diferencial e tratamento certo
Toda importância do diagnóstico diferencial para essas infecções respiratórias se sustenta sobre dois aspectos. O primeiro deles é a abordagem terapêutica. Como já mencionado, não existem protocolos médicos capazes de eliminar o vírus ou interromper seu ciclo, que dura entre três e quatorze dias, e os recursos paliativos padrão incluem o uso de analgésicos e antitérmicos, repouso e hidratação. Contudo, a identificação precisa e precoce da doença pode significar a busca de atendimento específico para minimizar sua potencial gravidade, a partir da observação da evolução dos sintomas. Por exemplo, especial atenção deve ser dada ao desconforto respiratório em pacientes de covid-19, que pode se agravar rapidamente para insuficiência respiratória e demandar intubação.
A segunda razão é promover o cuidado para evitar o contágio a grupos de risco, aquelas pessoas mais vulneráveis aos casos graves, incluindo aí aqueles que por alguma razão não puderam fazer uso de imunizantes. Vale lembrar que indivíduos vacinados evitam os riscos, os desconfortos e a baixa produtividade causada pelas infecções respiratórias, e que uma investida massiva de imunização detém a disseminação dos vírus, minimizando a possibilidade de epidemias.
Covid-19
A covid-19, causada pelo Sars-Cov-2, pode evoluir para a SRAG, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave, que compromete seriamente os pulmões necessitando do auxílio de respiradores mecânicos para administração de oxigênio. Além disso, uma ampla gama de sequelas já foram identificadas como relacionadas à chamada Síndrome Pós-Covid, como fadiga, dor, tontura, sudorese, calafrios, perda de peso, ansiedade, falta de atenção, alteração no sono, dor nas articulações, perda de memória, tosse, falta de ar e enxaqueca, além de comprometimentos neurológicos, renais e cardíacos mais graves.
A doença é muito recente e seus mecanismos ainda não são inteiramente conhecidos, mas já está bem estabelecido que entre os grupos de risco para casos graves da infecção estão os idosos acima de 60 anos, os imunodeprimidos, como pacientes de quimioterapia, gestantes, fumantes, portadores de obesidade e de condições crônicas como diabetes, hipertensão, etc. Atualmente, desde que foram desenvolvidas as vacinas contra covid-19, os casos graves tiveram uma redução drástica, mas a doença segue representando risco para os grupos mais suscetíveis a ela.
Exames para Diagnóstico de covid-19
✅ Pesquisa de Antígeno - Preferível realizar entre o 1º e o 7º dia desde o início dos sintomas, ou, em assintomáticos, a partir do 5º dia desde o contato com pessoa infectada.
✅ RT-PCR - Teste molecular padrão ouro para detecção da doença, pesquisa material genético do vírus. Deve ser realizado do 3º até o 8º dia do início dos sintomas.
✅ Anticorpos IgG e IgM - Melhor realizar a partir do 10º dia desde o início dos sintomas. Comprova se houve infecção pelo vírus da covid-19.
✅ Anticorpos Neutralizantes - Investiga se há imunidade contra a doença. Pode ser realizado no 21º dia após a vacina, contato com infectado ou início dos sintomas.
Teste de Antígeno ou PCR para covid-19?
O teste rápido de antígeno detecta a presença de proteínas virais (antígenos) do SARS-CoV-2 em amostras respiratórias. A principal vantagem deste teste é a rapidez com que os resultados podem ser obtidos, geralmente em 15 a 30 minutos, o que facilita a implementação de medidas de controle e isolamento quando necessário.
No entanto, sua desvantagem em relação ao RT-PCR é a sua sensibilidade e especificidade menor, o que significa que há uma maior chance de resultados falsos-negativos, especialmente em indivíduos que estão no início ou no final do período de infecção, quando a carga viral pode ser mais baixa. Portanto, um resultado negativo em um teste de antígeno não exclui completamente a possibilidade de infecção, especialmente em contextos de alta prevalência da doença ou quando o paciente tem contato conhecido com casos confirmados de covid-19. Nesse contexto, o RT-PCR é muito mais eficaz na detecção do vírus, mesmo em cargas virais baixas, e tem uma baixa taxa de falsos positivos.
Em resumo, enquanto o teste de antígeno oferece a vantagem da rapidez e custo-benefício, ele tem uma sensibilidade menor. O RT-PCR, por outro lado, é mais sensível e específico, mas requer mais tempo e recursos. A seleção do teste deve ser feita considerando-se o cenário clínico, a necessidade de rapidez nos resultados e a disponibilidade dos testes.
Influenza
A gripe Influenza se manifesta através do subtipos de vírus Influenza A e B, e é uma velha conhecida da humanidade, tendo seus registros mais antigos no século V a.C. por ninguém menos que o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina. Diversas epidemias se seguiram, a mais célebre delas conhecida como Gripe Espanhola, em 1918, que causou 50 milhões de vítimas letais em todo o mundo.
Entre os grupos de risco para agravamento nos casos de Influenza estão principalmente idosos, além de crianças, gestantes e portadores de doenças crônicas, mais sujeitos a que o problema evolua para casos de pneumonias primárias por Influenza, predominante em pacientes cardiovasculares, além de pneumonia bacteriana ou viral, otite, sinusite ou desidratação.
Assim como na covid-19, o advento da vacina, que se popularizou no país a partir de 1999, diminuiu significativamente o número de casos graves. Mesmo assim, quase mil pessoas só no Brasil perderam a vida em razão da Influenza em 2023, e mais de 10 mil necessitaram de internação. A vacina deve ser reforçada anualmente, em razão do rápido surgimento de novas cepas do vírus a cada ano, que demandam a utilização de novas formulações do imunizante.
Exames para Diagnóstico da Influenza A e B
✅ Pesquisa de Antígeno (Influenza A e B) - Preferível realizar entre o 2º e o 7º dia desde o início dos sintomas.
✅ RT-PCR - Teste molecular padrão ouro para detecção da doença, pesquisa material genético do vírus. Deve ser realizado do 1º até o 7º dia do início dos sintomas.
SRV
O Vírus Sincicial Respiratório, ou SRV, é um pneumovírus que acomete preferencialmente crianças até os três anos de idade, levando a uma infecção aguda nas vias respiratórias que atinge brônquios e pulmões. Ele precipita a bronquiolite aguda e a pneumonia, cujas vítimas mais comuns são bebês nascidos prematuros no decorrer do seu primeiro ano de vida. Além dos prematuros, os portadores de distúrbios cardíacos congênitos, de doenças pulmonares crônicas e de imunodeficiência congênita ou adquirida também constituem grupos de risco. Altamente contagioso, estima-se que até os três anos de idade todas as crianças já tiveram contato com o vírus, a maioria, felizmente, sem desenvolver sua forma mais grave.
Exames para diagnóstico do Vírus Sincicial Respiratório
✅ Pesquisa de Antígeno - Preferível realizar entre o 2º e o 8º dia desde o início dos sintomas.
✅ RT-PCR - Teste molecular padrão ouro para detecção da doença, pesquisa material genético do vírus. Deve ser realizado do 1º até o 8º dia do início dos sintomas.
Onde fazer os exames para detecção dos vírus respiratórios?
Laboratórios são ideais para coletar e analisar vírus de infecções respiratórias como covid-19, VSR e Influenza, graças à sua infraestrutura avançada, protocolos de biossegurança rigorosos e profissionais especializados. Esses ambientes garantem análises precisas e seguras, minimizando riscos de contaminação e assegurando diagnósticos confiáveis essenciais para tratamentos eficazes e controle de surtos.
Ao suspeitar de qualquer sintoma, procure um médico.
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